quinta-feira, 26 de março de 2009

banco alto e uma luneta - capítulo VII – num dia catatau, noutro, papai noel

antes que me esqueça, meu banco alto já voltou da manutenção. Custava me avisarem?!
Todo ano o Piscina Lazer e Cia organiza uma grade de programações para seus usuários. Com a crise, alguns associados se desligaram e a diretoria resolveu adiantar algumas festividades para angariar novos sócios. Hoje então, é dia de baile à fantasia. Todos estão ocupados nos preparativos para logo mais.
Os funcionários recebem fantasias alugadas pelo Sr Telles. Nós, mais que ninguém, devemos dar exemplo e estarmos bem caracterizados.
Sinceramente, quando me disseram que a festa seria hoje, pensei em não levantar da cama, ou ficar o dia inteiro sentada num banquinho baixo olhando para minha geladeira de inox (não menciono as laterais).
Ano passado o sr Telles foi muito “generoso” e me alugou uma suntuosa vestimenta de Catatau. Imaginem o calor debaixo de uma enorme manta de pêlo de urso e ainda ser obrigada a enxergar através de uma imensa boca aberta de Catatau sorridente... Querem saber o quão agradável fora minha noite festiva? O chato e pegajoso do sr Irene veio de Zé Colméia. Adivinhem? Resolveu andar de braços dados com seu fiel amigo até a festa acabar. Muito gentil, enfiava salgadinhos e mini sanduíches de presunto pela boca de Catatau, exatamente onde estavam meus olhos.
Estou no quartinho de guardados e vejo uma arara com diversas fantasias penduradas com o nome de seus respectivos. Odalisca para Marlene da limpeza, super-homem para Jorge da portaria, Minnie para Georgete da lanchonete, novamente capitão da marinha para Sr Telles... Vejo meu nome num saco preto pendurado a um cabide... Pela abertura nos fundos do saco vejo a cor vermelha e branca... Sr Telles entra neste instante. Não quero parecer curiosa e finjo pegar a caixa de primeiros socorros.
Alguém se feriu? Cuidado menina, o que não precisamos é de um processo nas costas... diz Sr Telles com ainda mais tufos de cabelos grisalhos saindo pelas narinas e ouvidos. Cólicas! Respondi.
Sr Telles não parava de me perguntar coisas inúteis e recomendar coisas ainda mais inúteis... minha cabeça estava na fantasia... eu não queria parecer curiosa, mas eu estava extremamente curiosa... Que fantasia teria as cores vermelho e branco? Estaria eu prestes à me fantasiar de bandeira do Peru?... Sr Telles fala alguma coisa sobre crianças que mijam na piscina rasa, no momento em que me vem a mente uma visão aterradora! Sr Telles seria capaz de me alugar uma fantasia de Papai Noel?! Enquanto todos os outros funcionários eram mulheres-maravilhas, havaianas, super-homens, odaliscas e super-poderosas... eu seria o Papai Noel?
Gotejo quase um vidro inteiro de Buscopan na boca. O diretor percebe que não paro de olhar para meu saco preto e diz em posição quase militar: E aí? Gostou da sua roupa? Acho que fui bastante criativo este ano!
Lhe envio um sorriso altamente duvidoso, entre o ódio e o sarcasmo, antes dele sair.
Prefiro ir nua a me fantasiar de Papai Noel em pleno mês de março... como Sr Telles pode me odiar tanto assim?!... Começo a rasgar o plástico com a mesma voracidade em que me imagino dando pauladas com uma bisnaga dormida na cabeça do Sr Irene vestido de duende...
Estou com a roupa nas mãos. Apenas duas peças. Não são barba e gorro... choro de felicidade, muita felicidade, enquanto esfrego no rosto a lycra macia de meu maiô vermelho... Há anos que desejo um uniforme decente de guardiã de piscina. O maiô vermelho e boné com cruz branca estampada mais lindos que já vi! Tive "quase" vontade de acariciar a testa de Sr Telles.
Troco de roupa rapidamente, pego minha luneta e vou ao encontro dos primeiros convidados. Me sinto potente. Sinto que minhas narinas estão dilatadas. Caminho como se estivesse numa passarela... vejo mesmo semelhança entre minha orelha e a de Gisele Bündchen... Se neste instante me chamassem, Pamela Anderson! Não seria, de modo algum, mera coincidência... Sem nenhuma intenção prévia, eu desfilo e aceno como se agradecesse a faixa e a coroa de miss Piscina Lazer e Cia.
Duas crianças fantasiadas se aproximam. Estou com o humor nas alturas e lhes dou atenção. Um deles me pergunta: O quê que você é? Um tomate?

Leu?
Assista a seguir, filme de trecho do capítulo

quinta-feira, 19 de março de 2009

banco alto e uma luneta - capítulo VI – roubaram meu banco alto

o que é menos odioso? Acordar logo cedo com uma ordem de despejo à sua porta, ou descobrir mais três ramificações de estrias na própria bunda?
Não me parece mesmo uma boa maneira de começar um dia ensolarado... infelizmente, essas duas coisas me pertencem... Pertencem mesmo? Tenho pensado muito no que tenho. Talvez pensado mais no que não tenho.
Chego à conclusão que de meu, meu mesmo, não tenho nada... minto, tenho a geladeira de laterais de não-inox, se conseguir pagar todas as vinte e quatro prestações.
Não tenho casa própria, carro, namorado, peitos de silicone, nem home theater.
Estou eu, neste exato momento, fechando os olhos para não ver e abrindo a boca para não sentir. Um de meus braços segura a mochila e o outro se agarra à barra de ferro do ônibus – que por falar nisso também não é meu, é mais que coletivo! Quase fazendo cócegas na ponta do meu nariz, estão os pêlos do sovaco de um rapazinho magro de camiseta “mamãe sô forte”, cabelos descoloridos e fones nos ouvidos. Fecho os olhos, respiro pela boca e finjo estar num belo e caríssimo resort em Porto de Galinhas. O motorista mal-humorado freia e sou obrigada a abrir os olhos, pois a força brusca me projeta para cima de uma senhora com o dedo mindinho no nariz. Peço desculpas à velhinha e tento voltar para meu posto logo abaixo do sovaco do rapaz. Para meu infortúnio, todas as pessoas que lá estavam, em pé como eu, rapidamente se recolocam e não sobra espaço para mim. Foram exatamente dezoito minutos debruçada sobre a velhinha, que esquecia da minha proximidade e enfiava novamente o dedo no nariz. Em seguida ela lembrava de mim, tirava o dedo e sorria.
Bem, até aqui já contabilizo uma ordem de despejo, três ramificações novas de estrias, um sovaco de adolescente na cara e uma velhinha de rosto colado ao meu tirando meleca com o mindinho.
Ok! Acho que nada mais, além de coisas boas, muito boas podem me acontecer. Estou na porta do Piscina Lazer e Cia. Por enquanto tudo normal. Jorge da portaria passa meu cartão de ponto, me dá o resumo do Big Brother de ontem e olha para minha bunda quando entro... tudo normal.
No vestiário coloco o maiô e o boné. Fico pensando... nada é mesmo meu. Nem um uniforme descente, daqueles estilo “Pamela, de Baywatch”, eu tenho. A verdade é que ninguém aqui se importa comigo. Há anos que sonho com um maiô e boné vermelhos com uma cruz branca no centro... com certeza me concederia maior respeito e faria subir minha auto-estima pelo menos uns três pontos.
Pego minha luneta e verifico que até aqui está tudo tranqüilo. Cumprimento alguns associados, fujo do chato do Sr Irene e... e... cadê meu banco alto? Roubaram meu banco alto! Levaram meu banco alto!!
Me tirem tudo, mas não levem minha luneta e meu banco alto! Eu olho para todos os lados e não acho meu querido e tão fiel banco alto... O que querem de mim? Que eu trabalhe com os pés fincados ao chão?! Eles não entendem, ninguém entende...
Levaram o banco e largaram o guarda-sol... Porcaria de guarda-sol! Chuto-o e penso numa maneira de me manter íntegra, já que até agora me submeti à um despejo, três estrias, um sovaco e um mindinho no nariz...
O mastro! O mastro de luz é alto, certamente alto o suficiente. Me agarro entrelaçando as pernas e os braços no enorme pau de ferro. Calma! Eu era ótima em pau de sebo nas festinhas da escola. Deve ser a luneta que me atrapalha a subir. Ponho a luneta no chão. Tento novamente ainda com mais vigor... Meu Deus! Para onde foram meus músculos? Não subo nem trinta centímetros e escorrego mastro abaixo.
Uma sensação horrível de abandono me toma. Despejo, ramificações, sovaco e mindinho sou capaz de suportar, mas não me tirem o banco alto...
Olho ao redor. Procuro altura em todos os cantos. Telhado, ombro de Sr Irene, caixa d’água, chaminé de lanchonete... cadeiras! Posso empilhar cadeiras!
Empilho cadeiras o mais rápido que posso. Algumas dezenas delas empilhadas. Está alto o suficiente para uma guardiã! Tento escalá-las, mas não consigo. Tento de novo, quase entrando em desespero... percebo que alguns banhistas me observam. A moça de ancas enormes e ombros estreitos faz cara de reprovação enquanto diz alguma coisa no ouvido do marido boboca. Disfarço, por que senão, além de tudo que não tenho, ainda perco meu emprego.
Tento mais uma vez dando o máximo de mim... Não adianta... Dou um bico com o pé nas cadeiras empilhadas e saio enfurecida. Vou para casa, antes que eu contabilize algo além de despejo, estrias, sovaco, mindinho e banco alto roubado... snif!

Leu?
Assista a seguir, filme de trecho do capítulo

quinta-feira, 12 de março de 2009

banco alto e uma luneta - capítulo V – laterais não são de inox

O quartinho de guardados tem uma maca, um armarinho com primeiros socorros, outro armário com achados e perdidos e uma mesa com um computador velho.
O atual diretor do Piscina Lazer e Cia tem seu próprio escritório, mas algumas vezes por ano ele resolve passar o dia aqui... Prá ver de perto o que andam fazendo! Diz ele.
Estou de pé, próxima à maca, braços cruzados e olhos fixos nos tufos de cabelos grisalhos que se lançam de dentro das orelhas do Sr Telles.
Dedo em riste ele explica os benefícios da pontualidade. Falando baixo, ele aumenta o tom de voz e levanta os calcanhares do chão em todo final de frase. Onde haveria ponto, há dedo indicador nas alturas e calcanhares nos ares.
Porque vidas corriam perigo enquanto você não havia chegado... Porque outros funcionários também se acharão no direito de atrasar quinze minutos... Porque o sol já estava à pino e nada de guardiã chegar... Porque ninguém teria acesso a medicamentos, maca ou outra coisa qualquer porque só você tem a chave do quartinho... blá, blá, blá... Longo sermão.
Tive uma vontade enorme de lhe mostrar a bunda. Pensei logo no meu querido banco alto que ficaria fora de minha vida se eu fosse demitida. Relevei.
Eu havia mesmo atrasado mais de quinze minutos. Contei prá vocês que minha geladeira nova chegou?! Pois é... Fiz essa loucura! Já era bem tarde, o fogo aceso por não-Ademar voltou a me importunar. Comi uma enorme banana d’água com leite condensado. Ainda sentia um vazio. Resolvi comprar uma geladeira!
A internet é mesmo uma amiga fora de série, está sempre acordada e te ajuda no que for preciso. Não apenas comprei uma geladeira. Comprei uma geladeira duplex, frost free e... nunca pensei que fosse algum dia dizer isso... comprei uma geladeira INOX!!! Pensei: uma geladeira todinha de INOX, só pra mim...
A verdade é que não me atrasei por causa da entrega da geladeira. Me atrasei por conta das laterais da geladeira. Fiquei tão excitada ao ver aquele enorme eletrodoméstico envolto por isopor e plástico bolha sendo carregado por dois enormes entregadores suados, que cheguei a ficar com a voz oscilante. Sabe voz oscilante? Aquela que vai e volta, grossa, fina, ágil, lenta, doce, vulcânica... bem, estava eu admirando minha aquisição de inox, esfregando as mãos e o rosto nas portas... e então arrastei os dedos para as laterais e uops!! Que porcaria lisa e pouco escovada é essa! Quem tem geladeira inox e não tem dinheiro para embuti-la sabe do que estou falando. Quem ainda não tem, prepare o coração: APENAS AS PORTAS SÃO DE INOX!! As laterais da geladeira são de uma espécie de esmalte cinza chumbo. Eu queria uma geladeira todinha geladinha e escovadinha... me frustrei geral...
Está explicado meu atraso. Chorei, chorei muito e tive de dar um tempo, para os olhos desincharem um pouco. Mas vê se o Sr Telles foi capaz de me compreender!!
Deixei minha luneta no banco alto e nem subi. As piscinas maiores já estavam cheias de gente se acotovelando para arranjar um espacinho.
Algumas vezes por ano fazemos o dia do Axéfunklambaeróbica. A diversão já havia começado. Professor Ronán no comando e várias bundas flácidas, braços gordos e narizes tampados com as mãos tentando acompanhar.
Percebi que o diretor me fitava de longe. Me posicionei no fundo de uma das piscinas mais vazias e fingi estar só fazendo o meu trabalho. Pernas afastadas, braços para trás e visão no horizonte.
A música estava mesmo animada e bundas flácidas se divertindo de montão. Pensei nas laterais de não-inox, pensei no sermão de Sr Telles... deu uma vontade avassaladora de acompanhar aquelas bundas flácidas. Adoro dançar! Quem iria se afogar numa piscina com axéfunklambaeróbica? Não havia espaço nem para abaixar os braços! Que dirá abaixar o corpo inteiro...
Eu olhava para Sr Telles e sentia a música penetrar por todos os orifícios de meu corpo. Uma vontade imensa de chacoalhar... Já não controlo os pés... os ombros também parecem se entregar à anarquia...
Sr Telles está de Papo com Sr Irene. É minha hora... Me entrego às bundas flácidas e sigo as orientações axéfunklambarescas de Ronán... Ôpa! Diretor fitando... rápido guardiã, observe o horizonte e chute pedrinha!! Dis-far-çando...
Sr Irene é insistente e pagajoso, já toma para si novamente a atenção do diretor... Funk na área, bunda flácida à malha! Úhúú, isso é mesmo melhor que laterais de inox!!... Êpa! Diretor passando... horizonte-pedrinha! Sr Irene foi ao banheiro. Melhor voltar pro banco alto...

Leu? Assista a seguir, filme de trecho do capítulo:

quinta-feira, 5 de março de 2009

banco alto e uma luneta - capítulo IV – apagando o fogo

são muitas horas no banco alto, de prontidão com minha luneta. Por vezes esqueço de fazer xixi e até de comer. Hoje a piscina está cheia, parece até que ninguém trabalha... Mas eu, como trabalho, e muito, não saio nem para me alimentar. Engraçado! Não me lembrava de ter trazido aqui para cima meu celular. Engraçado! Não me lembrava de saber de cor o número do disk pizza.
Disquei e pedi. Meia portuguesa, meia muzzarela. Seria bom ter alguém para dividir uma pizza maracanã. Engraçado! Não me lembro de ter visto, uma única vez, uma pizza ser entregue tão rápido... mais engraçado ainda, é ver o entregador entrar no parque aquático e vir em minha direção. Jorge da portaria deve estar pinel!
Confiro com minha luneta. É mesmo o entregador de pizza se aproximando. A piscina está cheia, mas ninguém parece notar a presença de um entregador de pizza, uniformizado, segurando um enorme disco de papelão, com uma enorme pizza maracanã dentro. Engraçado mesmo...
Vejo que o rapaz percebeu minha lente diretamente para ele. Disfarço e redireciono minha luneta para outras bandas. Com o olho direito vejo banhistas através da lente. Com o esquerdo, vejo o rapaz quase ao pé de meu banco alto. Bonito o rapaz... não sei bem se bonito, mas charmoso, com certeza.
Apoiei minha luneta no banco e fingi nem ter percebido a presença do entregador. O rapaz bateu em uma das pernas de meu banco alto tentando chamar minha atenção. Ainda fingi que não era comigo – como não seria comigo? Sou a única sentada num banco.
O rapaz bateu com mais vigor e assobiou alguma coisa entre os dentes. Sim! Quer falar comigo? Eu disse, reparando o quão charmoso era mesmo o entregador.
Meia portuguesa, meia muzzarela pá sinhorita aí do alto! Falou o rapaz produzindo em mim um arrepio curvilíneo e ascendente na espinha. Engraçado! Engraçadíssimo! Não sei o que deu em mim, mas mandei que o rapaz subisse, como se eu morasse na cobertura.
Com uma das mãos apoiando o disco de papelão e a outra segurando a barra de ferro de meu banco alto, o entregador subiu, quase em câmera lenta, deixando-se perceber os músculos rijos de seu antebraço através do uniforme fino de nylon.
O último episódio em que me deparei com o não-Ademar, me deixou um fogo em suspenso, pairado no ar, imoto, sem chance de se apagar ou se tornar incêndio.
O rapaz, já no alto, me estendeu a pizza. Engraçado! Muitííííssimo engraçado! Foi que lhe convidei a entrar. Entrar em meu estreito e alto banco de Guardiã de Piscina. Sentamo-nos lado a lado, espremidos. Podia sentir seu musculoso antebraço encostado ao meu.
Eu me via refletida em seus óculos... ups! Eu estava mesmo descabelada! Como eu estava descabelada... Engraçado!! Caramba, verdadeiramente engraçado, foi que coloquei minhas mãos nos cabelos, tentando me ajeitar e percebi que haviam tranças... só podia senti-las, mas não as via no reflexo daquele óculos viril.
Abri a embalagem e mordi um suculento triângulo de muzzarela. Ele me olhava e percebia desejo. Sabia que ele me queria, tanto quanto eu a ele. Lhe ofereci um pedaço. Nunca havia visto uma mordida tão máscula...
Engraçado... comemos um, dois, três, quase toda a pizza maracanã e minha fome não saciava... Pode me emprestar o seu binóculo? Dá o seu binóculo? A boca do rapaz não se movia, nem seus olhos se afastavam de mim. Eu continuava ouvindo... Empresta o binóculo?
Inspirei o ar profundamente e então abri os olhos. A realidade me mostrava um menino gordo, com máscara de mergulho ao pé de meu banco. Moça, empresta seu binóculo?
Não dei muito bola e o menino voltou para a piscina. Binóculo? Tenho cara de Guardiã que usa binóculo? O pai dessa criança deveria ensinar a enorme diferença entre o binóculo e a luneta.
Pronto, agora estava eu ali, acordada, mas desejando voltar para o sonho. O fogo, aceso pelo não-Ademar me corroia por dentro.
A piscina estava cheia. Eu só desejava um rapaz lindo e viril se afogando... abri meu leque de opções. Poderia ser de vinte e um a quarenta. Nariz grande ou pequeno... isso não importava. Eu precisava salvar, pôr em pratica os primeiros socorros... um rapaz batia os pés mais arduamente e sorria pouco. Pronto!! Para mim parece afogamento.
Desci em disparada, mergulhei e trouxe à margem o alvo. Ele nem resistiu, mas parecia assustado. O deitei no chão e antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, tasquei-lhe um boca a boca.
Não foi bem um beijo, mas pelo menos, transformei minha labareda num mero riscar de fósforo.



Leu?
Assista a seguir, filme de trecho do capítulo